quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Não a promessa não ao pecado.


Não venha com a proposta de me fazer feliz, eu já sou. Mas senta aqui comigo, vamos dividir o sofá e ouvir mais uma canção de Caetano. Eu apoio as minhas pernas em teu colo e você me sorri daquele jeito misterioso. Não tente fazer as coisas que eu gosto para me agradar, está tudo bem. Eu posso fazer o que quero quando sentir vontade. Mas dança comigo esta noite, mesmo que sem música. Vamos rolar no tapete da sala e esquecer que existem pessoas no mundo, além de nós dois. Nosso universo é tão simples e não faço questão de mais espaço, nós cabemos nele e isso já basta.

Não fale de futuro como se fôssemos eternos. Mas deita a sua cabeça em meu peito e escuta como meu coração bate apressado quando você está comigo. Eu não faço a menor ideia do que seremos amanhã, mas hoje e agora temos um ao outro e o mundo poderia acabar que eu não sentiria medo de nada.

Não me diga que quer me completar, já sou completa. Olho para mim mesma e não sinto falta de nada. Mas segura a minha mão e diz qualquer coisa para que eu apenas ouça o som da sua voz. Quando você fala, alguma coisa mais profunda me toca por dentro, e no instante em que você para e respira eu já sinto saudade.

Não me traga nada, aqui já tem tudo. Não me cobre nada, eu não serei o que você espera. O amor é tão simples e somos duas partes indescritivelmente diferentes. Mas podemos aproveitar a beleza dessas diferenças sem deixar o amor sucumbir. A gente só precisa ser a gente mesmo e encostar um no outro sabendo que jamais seremos perfeitos.
Não me iluda, não tente ser outra pessoa. Não projete em mim aquilo que gostaria que eu fosse. Mas me olhe devagar e descubra o quanto eu gosto de estar aqui, como sou, e de olhar para você exatamente do jeito como você é. Vamos nos dar um amor franco. Sem sobras ou reservas, sem expectativas ou promessas. As pessoas maquiam tanto seus rostos e suas atitudes que uma hora elas cansam, e ser elas mesmas afasta o outro de forma tão veloz quando foi a chegada.

Então seja você e deixe que eu seja eu. Dois inteiros que não estão juntos porque desde que o mundo é mundo nós procuramos a nossa metade. Mas sim, porque escolhemos somar aquilo tudo o que somos, por desejo e não por necessidade.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O Tempo da Solidão


Já fazia muito tempo, tempo demais eu diria... Tempo demais desde a ultima vez que eu senti saudade.

Me lembrar dos seus lábios com gosto de uísque tocando a minha pele e como meu coração parecia esquecer de bater quanto te tinha por perto, era único.

A verdade é que você tinha palavras lindas quando queria e outras vezes soava como dor, me lembro de diversas brigas idiotas que acabavam comigo lavando cada uma delas com lágrimas de algum tipo.

Me irritava que você soubesse exatamente como me sentia, ainda que eu negasse mil vezes...

Sinto falta das madrugadas regadas a cigarros e café, dos livros que você me falava, de como você me ouvia e depois me beijava como se não tivesse me dando a mínima atenção.

Deve ser o signo.

Eu amei todos os momentos, ainda que alguns eu soubesse melhor do que me deixar levar. 
É, aprendi que é necessário uma enorme bola de metal te acorrentando ao chão... seria irreal imaginar que teríamos uma chance nesse mundo, pelo menos eu sei ser realista sobre isso. Mas meu coração ainda bate rápido quando penso ouvir sua voz vindo de algum lugar.
Eu ainda reconheço sua voz de olhos fechados, o cheiro do seu perfume ainda paira pelo ar as vezes e eu não sei não sorrir quando penso em você.

Você sempre soube me ver enquanto me olhava, era como se você pudesse ler minha alma. 
E eram nesses momentos que nada mais importava, não havia mais nada no mundo além de mim e de você.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Here comes the sun




Depois e tanto tempo ausente, acho que está mais do que na hora de falar.
Depois de passar tanto tempo me reorganizando, desfazendo mudanças que só me afastavam da minha essência.

Tive de deixar de pecar pelo silêncio, e gritar a plenos pulmões o quanto estava quebrada, infeliz, sofrível e que não era capaz de amar a mim, quem dirá a outro alguém.

Esse outro alguém virou passado e eu comecei a recolher meus pedaços espalhados num lugar distante e em um lugar outrora familiar, eu voltei a chamar de lar aos poucos.

O difícil é deixar de se culpar pelos erros, seus erros, erros de outro, por ter se submetido e uma infinidade de pequenos erros que te fizeram permanecer no mesmo lugar.

Não digo que foi fácil tomar a decisão que tomei e começar tudo novamente, mas se eu não o fizesse, nada mudaria e eu ainda veria meus pedaços espalhados num lugar que eu já desconhecia e isso era demais pra mim.

Pouco tempo depois minha melhor amiga, com quem não falava há 5 anos, voltou a falar comigo... acho que foi o primeiro sinal de que eu tinha voltado pro meu caminho, ela era e ainda é uma das pessoas mais inspiradoras que já conheci, o meu sol, e eu senti falta de me sentir aquecida e de ouvir o que ela tinha pra dizer. Ainda que estivessemos consolando e ajudando uma a outra.

Juntamos os pedaços aos poucos, poderia estar quebrada, mas não estava incompleta... não nasci incompleta, eu só tinha de limpar tudo aquilo, jogar as culpas, as lágrimas e os erros fora para poder começar novamente.

E a passos curtos comecei, me conectando aos meus amigos novamente e me sentindo confortável calçando meus sapatos. 
Eu já conseguia sorrir como antes e poderia dizer que me sentia eu mesma, com as pequenas felicidades.

O mais surpreendente disso tudo foi um outro alguém, que consegue me arrancar sorrisos ainda que me diga verdades dolorosas às vezes, sei que ele quer meu bem e ainda consigo rir e sorrir. Repleto de seus filmes e músicas, me proporciona uma paz de espírito agora.

Bem, a verdade é que posso não estar dando pulos de alegria, mas as vezes, com meus amigos posso sentir a felicidade soprando como uma brisa fresca no verão.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O fim do mal.




"Você é aquele tipo de pessoa inconfiável, seus movimentos são joguinhos manipuladores, seus discursos nem se fala. Já faz tempo que parei de guiar minha vida com suas frases de parachoque de caminhão. Fui embora. Agora de uma vez. Sem volta e sem conversa. Voltei para a casa dos meus pais, mas não por muito tempo. Meu antigo quarto virou uma sala de cinema. Talvez eu volte pra Lisboa. Aliás, não te interessa. Não estou dizendo isso porque no fundo te quero ralando joelho pelas ruas atrás de mim. Não dessa vez. Não vem com bombons, não vem com desculpas, não vem com canções. Não vem. 

Se você tiver a fim de compreender o presente, precisa analisar o passado. Todo ele, dia a dia, cada palavra, seu borderô de atitudes passadas. Dá uma olhada em tudo que você fez e me diz. Viu? A novidade é que o dia que eu sempre prometi que viria, e que você nunca esperou chegar de verdade, veio. Eu cansei. Não sou mais eu.

Contou os anos? Quanto tempo esperei por você? Você crescer, você mudar, você mostrar algum remorso. Você tem de querer. Embora eu queira muito, mesmo eu querendo em dobro, não há como querer por você. Só quem enfrenta longas esperas sabe como é o inferno por dentro. Eu sempre falei, um dia alguém tinha de te dizer não. Eu queria que não fosse eu, porque aí eu poderia ficar numa boa e assistir você sofrer, nem que seja calado num canto, mas sofrendo, mostrando algum arrependimento ou qualquer traço humano. Quem sabe eu até enfiaria os dedos ainda com aneis no meio dos seus cabelos e diria que tudo ficaria bem. Agora é tarde, meu anel já se foi, nem os dedos ficaram.

Só que você sempre dá um jeito de se safar. Ficar seria tolerar suas mancadas. Você precisa perder pra entender onde errou, que isso que você faz é um erro, um dos feios. Que evitar e não tocar mais no assunto não é perdão ou esquecimento. É sufocar. E eu estava sufocando, morrendo na praia em frente ao mar de rosas que você anunciou, cheia de pétalas grudadas no céu da boca, entupindo os bofes, sem ar, uma vontade constante de regurgitar de volta suas garantias de araque. Partes de mim querem ir embora, partes de mim querem ficar. Ainda não terminei de gostar de você. Mas consegui. Agora fui. Porque comecei isso querendo ser sua companheira, passei a cúmplice das suas maldades, e ficar dessa vez vai me fazer sua comparsa. Não é um ‘até amanhã’ nem ‘até breve’ e nem ‘até mais’. É um ‘até você mudar’ ou ‘até você não ser mais quem você é’. Até nunca, então."

(Gabito Nunes)
PS: Acho que encontrei algo que descreve perfeitamente o que houve entre eu e o meu ex. Ele nunca vai ler isso ou perceber tudo isso. Mas eu não me importo, não estou me afogando ou sufocando mais

quarta-feira, 28 de março de 2012

A meta do salto é o céu.


"Você merecia alguém que te levasse para jantar, alguém que te desse flores ou que te levasse ao médico quando se machucasse."

Foram essas palavras que me levaram a chorar, chorar aquele choro doído, sentido, quase mudo por um dia todo.

Me lembro de escrever poemas, e-mail's e tantos recados com as palavras mais belas que eu poderia imaginar, mas não me lembro de receber nada disso de volta. De fato nunca houveram poemas, cartas, mensagens. Não para mim, nunca para mim!

São essas coisas que me fazem questionar se é isso mesmo que eu mereço, ou o porque eu tinha de passar por tudo aquilo. Talvez eu tivesse mesmo de me curvar para aprender algo sobre a vida!

Queria eu tudo aquilo que ofertei, os carinhos, os presentes, as cartas, os recados, os poemas...
Quero o calor do sol na minha pele e não o gosto salgado das lágrimas derramadas...
Quero deixar de me sentir assim tão só, tão diminuta...

Não quero mais me contentar com pouco, porque não sou merecedora de pouco... quero meus poemas, minhas cartas, meus carinhos. Eu quero carregar coisas belas comigo, quero sorrir estrelas e receber coisas boas da vida, das pessoas.

E bem, se eu nunca ganhei uma rosa, ou um poema... talvez seja hora de fazer isso por mim mesma!

Afinal, "a meta do salto é o céu".


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Surpresa


Hoje foi um dia peculiar...
Um daqueles dias que você repensa como você tem vivido e as decisões que tomou!

Acho que consegui caminhar direitinho apesar de inumeros tombos e dores de cabeça, eu soube me dar o tempo necessário para sentir cada pequena perda e cada pequeno ganho e acho que foi produtivo.
Mas me sinto orgulhosa de mim por ser capaz de perdoar os outros (e me poupar da dor de sentir toda a raiva presente).

Interessante né?! Eu me sinto bem por ver que alguem q fez parte da minha vida e me magoou profundamente, hoje feliz... é bem assim, sem nostalgia, magoa ou saudade!
Nada desabou e ninguem morreu no processo, apesar da dor enorme que senti 10 anos atras... passou!

Me sinto bem com essa parte da minha vida...

As amizades que tenho hoje são aquelas que vou manter para a vida inteira, porque se posso passar anos sem ver amigos que amo incondicionalmente e reencontrá-los depois com o mesmo sentimento de saudade e afeto é porque foi feito para dar certo!

Seja ela como for, a dor pode ser enorme e o tempo pode parecer torturar, mas acredite, isso passa! Você só precisa deixar passar.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A idiota.


Uma sequencia de coisas me trouxe a este momento, confesso que não esperava que fosse me sentir assim, porque são tão excludentes as coisas que eu quero...

Mas ontem minha noite terminou com uma observação de um grande amigo: "Rafaella, você foi muito idiota"! E porque eu compreendia aquilo demais, entendi o que ele quis dizer, era realmente só eu que acreditava que tudo terminaria bem.
Eu poderia falar de todas as vezes que ouvi coisas similares ou da discussão com o meu melhor amigo... mas a verdade é que o que eu desejava era completamente diferente do que minha razão gritava.

Estou aprendendo um monte de coisas, resgatando coisas que eu perdí, me resgatando também (coisas que eu achava quase impossíveis, rs).
Porque eu escolhi deixar a minha razão ganhar, reinvestir nos meus antigos sonhos que estão em alguma gaveta empoeirada.
E quero cuidar de mim, porque essa coisa toda de auto conhecimento e sobre entender pessoas apesar de prazeroso, pode ser cansativo.

O que doi é o processo, mas parece que as dores do crescimento não acabam nunca né?!